NÃO FOI VITAL , FOI O VITILIGO!!


Após a derrota inesperada, ou talvez não, do PS nas Eleições Europeias dia 7 de Junho, muitas mudanças na postura do líder Socialista, o PM José Sócrates, se adivinhavam.


Urgia tomar medidas, a começar pelo próprio líder do partido.


Mas a assunção de alguns de que estas mudanças que se vieram a notar se deviam só e apenas à derrota em si e não a outros factores, a mim sempre me pareceu uma teoria demasiadamente simplista, leviana mesmo.


Procurei investigar esta súbita mudança comportamental. Ao nivel da postura e mesmo do semblante carregado, o fisico bastante mais agastado,personalidade menos virulenta e irritável, surpreendentemente resignado e de face enrugada e visivelmente esbranquiçada do nosso PM, outrora vistoso, normalmente bronzeado, elegante e bem parecido. A atitude permanentemente egocêntrica e arrogante era agora de uma ternura e profunda consternação e preocupação, de solidariedade e desgosto para com “os que mais necessitam” “coitadinhos”. A entrevista dada ao canal SicNoticias foi o apogeu e confirmação da metamorfose que se abateu sobre o nosso querido José.


Mas a existência dos sintomas continuavam sem origem definida, triunfando a tese dos que defendiam a derrota eleitoral como a única causa natural do desgaste e das alterações notadas.


Foi preciso falecer uma estrela Pop Mundial para deslindar este caso. A tragédia de Michael poderá muito bem ser a cura e o desvendar do mistério da transformação de José.


E afastar de vez a teoria da conspiração idiota que se começava a adensar e ganhar peso de que o PS pode estar mesmo à beira da derrocada, sendo a triste e cinzenta imagem do seu lider apenas o espelho deste facto.
Vitiligo pode ser a resposta a tudo isto, procurei saber mais na WIKIPEDIA,e de facto lá estava:


Vitiligo é uma doença não-contagiosa em que ocorre a perda da pigmentação natural da pele. Sua etiologia ainda não é bem compreendida, embora o fator autoimune pareça ser importante. Contudo, estresse físico, emocional, e ansiedade são fatores comuns no desencadeamento ou agravamento da doença. Patologicamente, o vitiligo caracteriza-se pela redução do número ou função dos melanócitos, células localizadas na epiderme e responsáveis pela produção do pigmento cutâneo — a melanina. A doença pode surgir em qualquer idade…


Se dúvidas subsistissem, basta observar as duas fotos em cima, a primeira em plena campanha eleitoral junto de Vital Moreira, Sócrates aparece jovial, com um cor de pele que faria morrer de Inveja um actor de Bollywood, a 2ª depois foi tirada minutos após revelados os resultados eleitorais das Europeias de 7 de Junho, são mais do que notáveis as diferenças ao nivel da pigmentação da pele e o olhar difuso, quase perdido, apontando para o vazio. Sem perspectivas de um futuro saudável, a todos os níveis.


São visiveis e substanciais as diferenças, não são?

A culpa é do VITILIGO caros cidadãos e cidadãs, por isso tenham piedade deste pobre diabo enfermo e não levem a mal esta mudança radical de comportamento, que em nada teve a ver com a derrota eleitoral, é um homem abatido e carente! Ajudem-no já em Setembro por favor numa urna perto de vós! Queremos o homem mais coradinho, ou mais rosadinho neste caso...

A culpa é do “Celesticio”!


Como diria a minha vizinha dona Maria, do alto do seu 8º andar Esq., dependurada na sua varanda, e em conversa com o marido, o Sr. Oliveira, mais surdo que a porta de um Castelo (o que me permitiu ouvir a conversa no 7º Dto. onde vivo como se estivéssemos os 3 sentados na mesma mesa), afirmava a dona Maria com segurança: “Ó homem a culpa desta “baga” de calor é do “Celestício”, isto é uma “caloraça” que não se aguenta”.
O Sr. Oliveira continuava a olhar o horizonte, o mais certo é nada ter ouvido…
Fiquei portanto a saber em primeira-mão que a chegada do verão e as altas temperaturas que vamos sentindo são mera coincidência. Um mito que eu entre muitos acalentei durante anos como se de verdade inquestionável se tratasse, quebrou-se ao ouvir as palavras sábias da dona Maria.
Pela conversa deduzi que a dona Maria acredita piamente que o “Celestício” é um indivíduo qualquer que trabalha num armazém dos arredores de Coimbra a tempo inteiro, e cujas funções consistem em regular a temperatura do ar, o controlo da pluviosidade, da humidade, enfim, tudo o que de meteorologia se tratar o Celestício toma conta. É o chamado “carocas”, o faz-tudo destas coisas do tempo, temperaturas e afins.
O Sr. Celesticio funciona para todos os que habitam Coimbra e arredores um bocado como o Sr. Oliveira, que foi 30 anos administrador de condomínio, para o nosso Lote 3. Quando há merdinha da grossa chama-se o Sr. Oliveira para desenrascar.
Mas sempre aos berros está visto porque o senhor padece de surdez.
Para a dona Maria, por qualquer motivo pouco objectivo, o Celestício tem andado com frio, provavelmente anda “mal agasalhado”, talvez durma sem meias se calhar e talvez por isso decidiu por auto recreação “acalorar” um pouco a temperatura da cidade. E esta decisão precipitada teve como consequência imediata levar a Dona Maria e o Sr. Oliveira a passarem a maior parte do seu tempo na varanda, para mal dos meus pecados e dos restantes vizinhos.
É que cada vez que o senhor Oliveira abre a goela o prédio treme.

Ora bem, eu não sei se este primo conimbricense do Solstício, o Celestício, é de facto o causador disto tudo, deste calor que eu julgava ser impossível mas que estou a sentir mesmo sendo quase 2 horas da madrugada. Mas, e apesar de acreditar na Dona Maria e na sua sabedoria empírica sustentada em anos a fio de conversas nos vários andares do prédio, continuo a apreciar a velha teoria que alega que as estações do ano e a chegada do Verão ainda têm algum impacto e influência directa nisto tudo, e no calor que sinto. Sou portanto um conservador nesta matéria. Confesso que me custa ficar refém do Celestítio da Dona Maria.
Ainda que reconheça que a Senhora é um paradoxo de inteligência. E que ninguém neste prédio de 40 fogos grelha sardinhas na varanda como ela, e fá-lo ao mesmo tempo que alimenta os 200 periquitos do senhor Oliveira.

Para mim tenho que a NASA perdeu uma oportunidade histórica de ter nos seus quadros alguém com capacidades fora do vulgar, extraordinárias mesmo. Uma inteligência feminina singular e implacável no que toca ao desconhecido, e que faria certamente doutrina acerca de quase todos os mistérios do Universo apenas baseando-se apenas no empírico, nas conversas de escada e no Minimercado do Sr. Mário.
Muito provavelmente se tal tivesse acontecido por esta altura a Dona Maria estaria a grelhar sardinhas em Marte, com o Celestício, o Solstício, o Sr. Oliveira, os periquitos e o resto da malta que controla isto tudo.

Black or White? We wil never be sure...Uncolored Star


Também da zona VIP se passa directamente para a zona R.I.P, sem salas especiais, guarda-costas, lounges privados e camarins inacessíveis ou passadeiras vermelhas. No que toca à última actuação, somos todos iguais, mais semelhantes e menos brilhantes do que nunca. A morte reduz a nossa singularidade à igualdade entre semelhantes. E faz-nos irremediavelmente descer todos um bocadinho à terra, no sentido literal. A morte não tem brilho ou Glamour. E a fama através da morte é aquela pela qual nenhum de nós quer ser reconhecido, ainda que seja a única fama a que todos estamos imperiosamente condenados, e da qual nunca em situação alguma poderemos abdicar.
MJ conseguiu a fama em vida e por esta razão esta mudança será apenas mais uma etapa.
Desejo-lhe por isso uma estadia agradável naquele que será provavelmente o maior palco da vida dele, e o maior concerto que alguma vez deu.

Para recordá-lo mais uma vez basta clicar no titulo em cima...

José Lello e o Portugalpateta - Quid Pro Quo




Tenho vindo a reparar que o Sr. José Lello, que exerce (?) as funções de deputado da AR (provavelmente nos intervalos da utilização do Twitter), tem o estranho hábito de usar esta nova forma de comunicação online para destilar veneno em tudo o que mexe, não pertença aos quadros do PS ou simplesmente o questione sobre o que quer que seja.

Ou ainda numa versão mais ousada discorde da sua infinita, inquestionável e estonteante sapiência.

Eu sou suspeito, não gosto de José Lello, como político entenda-se. Detesto mesmo. É provável e conjuntamente com o parceiro A. Santos Silva das duplas mais arrogantes que se tem visto, sem que esta arrogância se sustente em qualquer tipo de competência, a meu ver.

E o pior de tudo isto é que tanto um como outro adoram fazer este papel de moças de recado, e não se importam minimamente de passar a vida a partir a bilha cada vez que vão à fonte.

Tenho para mim que é um direito de todos não gostar de José Lello. E por minha decisão seria mesmo um dever de todos os cidadãos não gostarem dele.

Mas adiante. Hoje resolvi dizer-lhe pessoalmente o que achava dele como político da nossa praça através do tão amado Twitter. Eis que estava José Lello em plena AR (em dia de debate com o PM imagine-se) a cascar em tudo o que mexia no Twitter e a fazer comentários jocosos acerca dos colegas de bancada(s) quando lhe enviei o seguinte twitt :

@joselello Sr. Lello aproveito esta oportunidade que o Twitter me dá para lhe dizer que o Sr. é tudo aquilo que eu desprezo num politico from TweetDeck

Depois continuei porque já sabia que a resposta estava para breve:
@joselello E é uma perfeita vergonha que lhe andem(os) a pagar o ordenado para o Sr. andar na internet a insultar quem ousa questioná-lo from TweetDeck
@joselello E acabo a dizer-lhe que a diferença entre o Sr. e a minha pessoa é que eu assumo que sou um pateta, e o Sr. não from web

Eis que chega a tardia resposta do Sr. Lello, provavelmente ainda atarantado com a ousadia:
@portugalpatet O Senhor (a) faz jus ao nome.Portugal Pateta! from web


E eu tive de fazer uma pega de caras:
@joselello Está a ver como o Sr. é um básico , antes de me responder já lhe tinha respondido porque já sabia como me ia responder percebeu? from TweetDeck

E dei a estocada final:
@joselello E acabou-se o tempo de antena, porque nem um pateta como eu deve perder tanto tempo consigo from web

Sinceramente custa-me um pouco a entender como é que um deputado da nação passa uma tarde inteira de debate a fazer este tipo de comentários na internet enquanto decorrem os trabalhos (e não é o único). Sugiro ao Sr. Presidente da A.R. que sejam tomadas medidas relativamente a este facto, provavelmente passando pela apreensão ou proibição dos telemóveis e laptop´s aos deputados como se faz às criancinhas nas escolas do nosso país (tirando os Magalhães claro esses são sagrados). Porque a continuar esta fanfarronice, a frágil e pálida imagem que os portugueses já têm dos politicos deste país só tem tendência a piorar, se isto ainda for possível.

É que é muito triste estar a ver um deputado da A.R em pleno debate (e a ser filmado em vários canais de T.V) e sabermos que ele nos está a responder a nós que estamos em casa a assistir ao debate enquanto mandamos piadolas, em vez de estar a fazer aquilo que lhe compete e que muitos lhe confiaram.
Uma pouca vergonha!








BPP pondera a aquisição de BPN

O Banco Privado Português está a pensar através do seu conselho de administração proceder à aquisição do BPN à CGD com dinheiro dos contribuintes “emprestado pela própria CGD”. Teixeira dos Santos já disse concordar com esta solução genial pois seria uma forma de resolver a trapalhada que se criou: A CGD livra-se do BPN e reembolsa o que gastou, o BPN livra-se do BPN e da CGD, o BPP livra-se da falência imediata e absorve o dinheiro injectado pela CGD no BPN para pagar aos clientes e investidores do BPP que já vivem todos em parques de campismo espalhados pelo país. Teixeira dos Santos livra-se de todos e de Vitor Constâncio, lava as suas mãos e ganha tempo. Constâncio livra-se igualmente de todos e de Nuno Melo e companhia e pode continuar a fazer a sua supervisão à la mode de la mercearia da rua direita até que outra gorda qualquer desate aos berros.

Constâncio ainda não se pronunciou sobre esta solução pois encontra-se a recuperar do desgaste sofrido durante a última sessão da comissão de inquérito nas termas do Luso. Nuno Melo foi visto a visitar o recinto das termas com um ramo de Margaridas numa mão e com o código Penal na outra.
Vitor constâncio vai estar presente no Chiado amanhã para o lançamento do novo modelo de óculos Ray Ban baseados nos seus próprios óculos e promete novidades se houver tempo para isso.

Show Ronaldo parte 3


(...continuação entrevista exclusiva)

Cristiano eras capaz de fazer uma plástica?
CR7 - Não. Penso que não.Tenho noção das minhas limitações apesar de tudo o que tenho feito. Não sou médico por isso penso que mesmo para mim seria dificil.
Não, queriamos saber se serias capaz de te submeter a uma operação plástica?
CR7 – Sou uma pessoa honesta. Nunca fui submetido nem submeti ninguém. Não faz parte da minha maneira de ser. Sou um jogador e uma pessoa correcta.
Queres dizer subornar, certo?
CR7 – Também não sou de subornar. Não sou um urso, esses é que subornam, e eu gosto de ser uma pessoa acordada.
Estás a falar de hibernar?
CR7 - Não, hibernar eu já hibernei várias vezes, primeiro para o Continente vindo da Madeira, depois para Inglaterra.
O que tens a dizer sobre esta transferência recorde para o Real Madrid?
CR7 – Estou bastante feliz.Sempre sonhei jogar no campeonato Italiano.
Italiano!? Mas Madrid fica em Espanha …!?
CR 7 - A sério? Não sabia, o sacana do meu agente já me enganou outra vez. Mas também não faz mal, eu gosto de espanholas , vocês sabem…(risos)
Numa altura de crise mundial, não achas que 94 milhões são um valor absolutamente escandaloso?
CR7 – Sim claro. Penso que valia “bastantes” mais. Mas como tu dizes, estamos em crise, por isso só tenho de estar agradecido.
O que tens a dizer sobre Paris Hilton?
CR7 – Já fui bastante feiz em Paris, joguei lá bastantes vezes e fui sempre vencedor.
Estamos a falar de Paris Hilton, com quem foste visto numa discoteca de L.A. esta semana…
CR7 – Ah a loura da disco... Gostei dela, entendemo-nos bastante bem fisicamente, ela também me pareceu ser muito inteligente nas coisas que disse. E não usava cuecas disse-me o Zé que estava sentado em frente a ela, e isso é importante para mim também.
Consideras-te um metrosexual?
CR7 – Não uso o metro, vou sempre de carro para os treinos e penso que as pessoas não deviam fazer sexo nos transportes públicos. Sexo é na cama ou então nas festas em casa do Nani e do Anderson.
Preocupas-te com a imagem?
CR7- Claro. Tenho vários plasmas espalhados pela casa. Penso que a imagem é importante.
Gostas de pintura?
CR7 – Sim. É importante pintar.
Que artistas?
CR7 - Vi uma exposição quando tinha 5 anos de uma senhora que chamavam de “Mamuda”. Foi no Funchal. Gostei da exposição mas penso que não tinhas as mamas assim tão grandes a senhora, já tenho visto bem melhor. Não percebi muito bem aquilo…
Maluda???
CR7 – É um bom jogador e muito influente.A selecção francesa com ele é bastante mais forte.
Estás a falar de Malouda? Jogador do Chelsea?
CR7 – Sim porquê? São dois irmãos?
O que pensas do futuro de Vieira no Benfica?
CR7 – Penso que o Patrick está bem no Inter. Vai ser dificil o Benfica Contratá-lo…
Estávamos a falar de Luis Filipe Vieira, presidente do S.L.Benfica, e não de Patrick Vieira…
CR7 – Não sei quem é. Conhecia um senhor de bigode com essse nome que me vendia os pneus para o Honda CRX que tinha quando jogava nas camadas jovens do Sporting.
É a mesma pessoa …
CR7 – És mesmo brincalhão tu. Como se o senhor Luis dos pneus fosse agora Presidente do Benfica. Já agora só falta dizeres-me que o Figo vai ser Presidente da Federação Portuguesa de Futebol…
E talvez vá…
CR7 – Pois, e eu sou o melhor jogador do mundo…
E és pelo que dizem…
CR7 – És mesmo esgraçado tu. Dizes “com cada coisa”…és bastante maluco, e isso é importante.
É verdade que tens medo de voar?
CR7 – Nunca experimentei voar. Mas com muito trabalho penso um dia conseguir. Se me aplicar nos treinos e ouvir o Mister penso que um dia irei voar bastante.
Estávamos a falar de voar num avião!??
CR7 – Quem sabe poderei vir a ser piloto de aviões. Sim, penso que era engraçado.
O que pensas de Roman Abramovich?
CR7 – Acho que penso o que todos pensam. Que é uma pessoa como as outras.
Não sabes quem é pois não?
CR7 – Não, mas tu sabes…
Pois sei Cristiano…
CR7 – Então porque não dizes?
Porque pensei que sabias quem era…
CR7 – Pois é amigo, mas como diz a Dona Dolores: “ A pensar nasceu um burro” (risos)
Para finalizar, onde é que vais estar daqui a 3 anos?
CR7 – Não sei onde vou estar, mas o meu dinheiro eu sei onde vai estar.
No BES, não é verdade?
CR7 – Não. Vou gastar tudo em brincos, cintos com caveiras, base da Chanel para as borbulhas e t-shirt´s de gola em bico Dolce & Gabanna...

Estranhos Comportamentos I

Há alguns dias, um amigo meu acabado de aterrar no aeroporto Sá Carneiro vindo de Genebra, enviou-me a seguinte mensagem:

“Mano boa noite!
Hoje senti a aquela pressãozinha de começo do período dos nossos emigrantes veraneantes regressarem a Portugal!
Quando o avião tocou solo luso, as palmas eclodiram entre o pagode…”

Alguns psicólogos justificam este comportamento de algumas pessoas como sendo uma manifestação de libertação da pressão e stress acumulado pré e já durante o voo.
Ao sentirem que realmente tudo correu pelo melhor, soltam as palminhas.
Eu e o meu amigo continuamos, mesmo sem nada sabermos acerca do assunto, a achar que se trata de uma “parolismo” tipicamente português. Uma manifestação clara de ruralidade e provincianismo.

Ou como ele diria ainda na mensagem “…algo que só me lembro de acontecer aquando daqueles voos domésticos, de idosos, provenientes da Madeira e Açores” …

Tenho de confessar que todavia numa certa viagem em que aterrei em Stansteed a nevar como se estivéssemos na estrada do Sabugueiro a coisa foi diferente. Não por venderem cães da Serra, queijos e daquelas chinelas felpudas, mas pelo inesquecível alivio que senti.
Em pleno Inverno Inglês, e depois de umas valentes sacudidelas só comparáveis a uma viagem de 2€ na montanha russa da feira popular da Picheleira, estava disposto a tudo, daí a excepção.
Nessa manhã gelada de Março eu bati palmas, ri-me muito, chorei mais, abracei uma senhora idosa até a placa lhe saltar da boca enquanto ela dizia “oh god! oh god” atarantadinha de todo e se urinava pelas pernitas abaixo.
Fui dar um beijo de profundo e sincero agradecimento a uma pessoa, que pelas vestes julgava ser o comandante, e só mais tarde percebi tratar-se de um Panamiano que ia participar de uma Parada Gay em Picadilly Circus.

Tudo isto depois de 3 garrafinhas miniatura de Gordon´s, 2 kit kat e 3 rissóis de camarão que a Dona Ester, que vinha de Viana do Castelo e ia visitar o filho que estudava em Oxford, trazia no seu tuperware esverdeado. Cedeu-me ainda gentilmente uma das 5 garrafinhas de jeropiga de 20 cl que a tia do rapaz tinha mandado do Fundão e que iam acomodadas junto às alheiras, morcelas e chouriças, que imagino terem feito as delícias de uma das camaratas de um colégio.
Mas tudo isto foi um caso isolado. Devo dizer que estava atordoado não só pelas pancadas causadas pelo mau tempo que se fazia sentir a 20 mil pés e pelas inúmeras bolsas de ar que passámos, mas também pelo cheiro a Axe misturado com sovaco alentejano que os irmãos Santos de Beja exalavam, e que eu tinha tido a infelicidade de me acompanharem nesta viagem um de cada lado.
Iam participar numa feira agrícola em Brighton e aproveitar para “ visitar uns calhaus gigantes que o nosso primo Evaldo de Moura diz serem muito bonitos”. Pela descrição, e entre os desmaios causados pelo cheiro que se fazia sentir, penso estarem a referir-se a Stonehenge.

Já em Londres, ainda pensei gravar uma tatuagem numa loja do Soho com o nome "Michael Smith" , precisamente o nome do homem que pilotava o avião da companhia low cost RyanAir, mas além de achar um bocado abichanado era o dia da Parada Gay ali perto (a do Raulito lembram-se?), e eu não queria estragar a minha vida, optei por me ficar pelas 5 ave-marias e 3 pais-nossos na Igreja de Saint-Martin-in-the-fields.

Pensando bem em tudo isto e resumindo já não me parece tão mau o bater das palminhas.
Antes suportar isto do que acabar a servir de comida aos peixinhos no meio do Atlântico ou aterrar numa casa de banho de um 22º andar.Ao fim ao cabo, enquanto formos ouvindo as mãozinhas irrequietas a bater no final de cada viagem que fizermos é sinal que por cá andamos.

Os "Muito bem" - Deputados Chearleaders

O nosso país continua a ter a bizarra e desconcertante mania, revestida de fetiche diria eu, e com acabamentos em lacado de pura patetice de eleger para a A.R. deputados cujos comportamentos me fazem pensar que realmente merecemos tudo isto que temos passado. Isto não seria preocupante se estivéssemos a votar para eleger quem nos vai representar no euro festival da canção, a ser o caso seria mesmo indiferente porque a figurinha triste que fazemos é sempre igual, tirando os 12 pontinhos da vizinha Espanha, que assim vai dando umas migalhinhas ao irmão mais novo e mais pobre, (ainda que hoje em dia seja mais uma versão “roto ao nu”…), e vai assim pacificamente roubando a água das barragens e electricidade enquanto andamos entretidos a ver uma lésbica de viola em riste a dissertar melodiosamente sobre fruta tropical, ou um grupo Heavy Metal de Penafiel a cantar temas sobre os descobrimentos. Se houver chatice os espanhóis alegam que deram 12 pontos à fufa e está o assunto resolvido.
Tudo isto seria normal se os deputados que elegemos não fossem efectivamente quem vai legislar, criar os decretos-lei, decidir e definir orientações em diferentes matérias, e por isso influenciar e condicionar a todo o momento a forma como vivemos, ou melhor, sobrevivemos.
Por tudo isto é-me difícil compreender que alguns deputados sejam pagos a peso de ouro e continuem a ser eleitos por todos os tolos que ainda se dão ao trabalho de ir votar, entre os quais a minha pessoa, para andarem pura e simplesmente a “pastar” pela A.R protegidos pelo guarda-chuva eleitoral de um sistema democrático que ainda não descobriu a formula milagrosa de afastar os idiotas dos centros de poder.
Deputados há que nunca se pronunciam ou intervêm na A.R. Durante anos a fio vegetam se preciso for sem nunca lhes ser ouvida a voz. Isto quando se dignam sequer a aparecer para votar ou participar nos debates, porque é comum estarem constipados muitos dias por ano, em especial quando as nossas equipas de futebol vão jogar ao estrangeiro. Esta vergonha dura há anos e ninguém no poder parece estar muito preocupado, talvez porque quem tem o poder para alterar este facto esteja no mesmo barco, e remar contra esta maré de oportunidades e conluios seria dar um tiro no próprio pé, hipotecando o futuro e a reforma dourada.
Como diria a senhora Rosa da perfumaria Central de Alcoentre “Eles querem todos é poleiro…”, ou o seu marido Camilo mais incisivo e menos aveludado no que toca a expressar-se verbalmente “eles são todos é uma manada de cabr…s”
Em algumas bancadas parlamentares existem deputados chearlerder. Estes deputados fantoche em termos políticos não servem para nada para além do espaço que ocupam ajudando a compor o figurino do partido na sala do Senado. A única contribuição é o apoio constante que dão à meia dúzia, sempre os mesmos, que fazem questão de usar a palavra. Os ousados lá do sítio.
Os chearleaders são facilmente identificáveis no seio da A.R. Isto porque passam as tardes e as manhãs de debate seja qual for o assunto a dizer “Muito bem”, “Muito bem”, “Muito bem” quando e enquanto os colegas de bancada se dirigem à Assembleia. Não dizem rigorosamente mais nada, não fazem absolutamente mais nada, só respiram, assoam-se, dormitam, espirram, bufam-se, vão ao Gambrinus comer um bife, vão ao elefante branco beber uma taça de espumante e pôr em prática o novo acordo ortográfico, despem o fato e gravata, dormem umas horas, vestem o fato e gravata, recebem o taco ao fim do mês, e dizem “Muito bem” 4500 vezes por semana. Uns mais guturais, outros mais efeminados e estridentes, mas todos com aquele ar sapiente e entendido de quem está de acordo com tudo o que está a ser dito, mesmo que não percebam patavina do tema e estejam mais preocupados com o Sr. Manuel que ficou de ligar para ir colocar as persianas térmicas no apartamento novo da Lapa e ainda não disse nada.
O pior de tudo isto é que tudo isto é possível neste país e acontece todos os dias. Não é ficção. Os “Muito bem” existem, continuam a existir, e enquanto assim for isto está tudo “Muito mal”.

Salvem o taxista português


O taxista português é um “animal” em vias de extinção. E é com pesar que o digo.
Tomei o contacto com esta espécie era eu ainda um puto reguila, de calções e suspensórios, sem preocupações para além dos playmobil e dos carros da Burago, nas viagens que fazia em Lisboa quando ia com a minha mãe e irmã desde a casa da minha tia em Alvalade até à baixa, rumo à Porfirios. Apesar de haver táxis e taxistas em Coimbra, os verdadeiros vivem e sempre pertenceram à capital, são únicos em todo o mundo, raros, e por isso preciosos. Ir a Lisboa e não conhecê-los de perto é como ir a Pequim e não andar num rickshaw, e por isso não ter o privilégio de ser transportado cidade fora por um desgraçado qualquer como se fosse um cavalo da rainha. Ou ir a Veneza e não andar de gôndola!? Ou ainda aqui mais perto ir a Marco de Canaveses e não passear num carro da Câmara Municipal.
Distinguem-se pelo veículo com motor Mercedes, que já em 1987 contava 20 anos e 500.000 mil km a precisarem de reforma. Bigode farfalhudo. Camisa de manga curta aberta até ao 3º botão e os pelos da peitaça enrodilhados na imagem de Nossa Senhora de Fátima. Barriga aparentava quase sempre ser de 7 meses para cima e alimentada durante muito anos em tascas do Bairro a chouriça assada, sardinhas assadas, negritos, febras, e muitas jarrinhas de vinho da casa.
A conversa começava no tempo, passando pelos bailes do Pinhal novo e acabava nos 120m2 de lixo que uma senhora foi limpar a casa do taxista. Pelo meio a historia de uma outra senhora a quem o mesmo esteve toda a noite a “desencaixar a prótese”…
Na aparelhagem faduncho de Lisboa ou os programas da Rádio Renascença, vidro do condutor sempre aberto até ao fundo mesmo que estivessem 5 graus negativos e o braço pousado meio dentro meio fora, sempre preparado para fazer o gesto simpático a um qualquer desgraçado que se lhes atravesse à frente. “Este deve ser turista” dizem eles a rir com ar de quem lhes passava com o carro por cima várias vezes ao mesmo tempo que levantam o dedinho mágico janela fora. A outra manápula colada à buzina, que é na gíria é a voz do taxista e a forma de dialogar com os outros condutores com quem se vão cruzando. Uma buzinadela ligeira é um “anda lá pá que está verde”, duas seguidas é “estás aqui estás ali” e uma buzinadela constante de 3 segundos ou mais é “uma carga de trabalhos”. Óculos Ray Ban modelo Aviator, 500 escudos na feira da ladra. Tapetes com bolas de madeira anti-transpiração no banco do condutor e um galhardete miniatura do SL Benfica pendurado no espelho. À volta do volante normalmente uma espécie de entrelaçado de pele foleira anti calos. Estofos de pele preta manhosa remendada com bocados de napa gelados no Inverno e capaz de grelhar fatias de picanha no Verão, apenas suportáveis graças à ventoinha miniatura com um barulho metálico irritante ligada ao isqueiro do carro. Um porta-fotos de prata com a identificação do taxista e uma fotografia tipo passe tirada antes de partir para a guerra colonial e três pirilampos mágicos alinhados a assistirem ao espectáculo. O mais próximo que havia do agora corriqueiro GPS era um mapa da cidade datado de 1980 de aspecto amarelado e pendurado na porta do condutor junto ao exemplar diário do Jornal “A Bola”. Dois livros de facturas, um para a contabilidade, o outro para o caixote do lixo junto à praça de São Pedro ao final do dia.
Velocidade cruzeiro de 100 km/h em qualquer parte da cidade, a mudança era sempre a mesma, só se usavam os pedais ligeiramente para curvar ou em rotundas. Semáforos e passadeiras sé serviam para enfeitar, atrapalhar e atrasar.
Adorava a maneira como comunicavam no rádio uns com os outros, tinham um dialecto próprio, incompreensível para quem assistia e não fazia parte da tribo. Fascinante.
Reis e sábios, julgava, várias vezes estranhei como nunca tinha feito o mesmo trajecto se o destino era sempre igual, bem como o ponto de origem.
São mesmo inteligentes estes taxistas pensava eu na minha inocência de 10 anitos.
Com pena minha esta espécie está a desaparecer, a perda de identidade é notória na classe e até já se vêem rapazes novos e alguns estrangeiros a conduzirem táxis. Inadmissível. A velha guarda está doente. Há que fazer algo por estes homens.
Lisboa deveria manter as suas raízes bem vivas e os taxistas “fogareiros” são sem dúvida um exemplo do que deveria permanecer intacto nas ruas da cidade.
E não apenas na nossa memória.